Sem mas.

Sem mas.

18 de maio de 2014

Não devia, mas fiz mesmo assim.

                Eu deveria ter ficado em Catalão. Nunca devia ter saído da psicologia, se bem que não devia nem ter começado o curso. Podia ter feito medicina ou alguma engenharia, pena eu não ser arrogante o suficiente.
                Deveria ter apostado no seguro, ficado naquela cidade lenta, mesmo que eu me sentisse tão depressa.
                Não devia ter me deixado por aí. Você nunca teria me encontrado, se eu tivesse ficado quieto na minha. Pode parecer que eu não me importo, e às vezes não me importo mesmo. Inclusive tem dias que eu não quero saber de me achar. Nunca teria dado certo na engenharia.
                Eu não devia ter aberto minha vida para aquela ex. Não devia ter deixado que visse a bagunça. Ela entrou, pegou o que queria e foi embora. Não me achou em meio aos destroços,  cobertores e filmes. Deve ter ficado com medo das fotos e garrafas vazias espalhadas por aqui.
                Já passou por algo assim?
                Eu não devia deixar outra pessoa entrar, mas estou fazendo mesmo assim. Talvez ela seja mais uma que não vai me encontrar por aí, pode ser que seja do mesmo tipo da outra. É que eu apenas vejo tanta vida pela frente, tanto para tirar do papel.
                Eu não deveria te procurar no fim do dia, contar histórias que não conto para ninguém e que você não quer ouvir. Escrever coisas que você nunca vai ler.
                Eu devia me proteger mais.
                Juro que estou repensando se devia me deixar por aí, esperando um dia em que a vida vai deixar os contratempos para depois e você, estando só, vai acabar por me encontrar de novo.

                Pena você desatar todos os nós que insisto em criar. 

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