Por
entre destroços, sejam do meu coração ou da construção.
Por
entre quedas, hora da Bovespa hora do meu humor.
Por
entre cidades não tão maravilhosas e ônibus apertados.
Por
entre shows legais e pessoas distantes.
Por
entre cinegrafistas baleados e alunos reprimidos.
Eu
continuo vivo.
Ouvi
aquela velha canção que dizia: “Apenas o amor pode quebrar seu coração”
Estou
envelhecendo.
Tive
amigos que não mais vi.
E
amores que não vivi.
Por
vezes enxerguei o mundo desabando, como aquele viaduto.
Quantos
dias se passaram sem que eu sentisse minha espinha sendo estraçalhada por
opiniões que não pedi?
E
por quantos dias mais terei que sentir a mesma coisa?
Por
vezes me defendi para que não quebrassem meu espírito.
A
alma pede clemência.
Mesmo
assim, continuo vivo.
Pensei
ter o coração de ouro, mas por entre todas as mudanças e as minhas entranhas
não vejo nada além de um pouco de alumínio.
Sinto
meu sangue se engrossar aos poucos, como se estivesse se transformando em
veneno.
Inunda
meus olhos, meu peito, minha vida.
Não
sou mais tão jovem.
Tenho
parentes que nunca mais vi e alguns que nunca mais quero ver.
Por
inocência, ou escolha, sigo vivo e acreditando que apenas o amor pode quebrar
meu coração.
Exatamente
como dizem naquele velho folk.
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